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Direcção e espaço cénico: John Romão
Interpretação: John Romão e Solange Freitas
Desenho de luz: Daniel Worm d'Assumpção
Vídeo: Luis De Los Santos
Músicas: Daniel Romero (.tape.)
Assistência geral: Tiago Cadele
Fotografias: Susana Paiva
Residências Artísticas: Alkantara, Negócio/ZDB, O Espaço do Tempo
Co-Produção: Colectivo 84, Festival Citemor, Vertigo
Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian
APRESENTAÇÕES:
31 Julho 2012, Festival Citemor (Montermor-o-Velho)
12 a 29 Dezembro 2012, Negócio/ZDB (Lisboa)
“Decadence
is the grand moment where a civilization becomes exquisite.” Jean
Cocteau
A
sociedade contemporânea vive intrigada pela distorção, pela
anomalia, pela imoralidade e pelo mal. "Eu não sou bonita. Eu
sou o porco." é um objecto teatral que parte da temática do
abuso sexual na infância e na adolescência, reunindo o texto de
Angélica Liddell e o de Paulo Castro, para poder falar da imagem do
corpo: da sua nudez, da sua abertura a todo o possível.
O espectáculo evoca o universo negro dos contos infantis e o cinema gore, num peep - show pictórico alimentado por duas figuras que se revestem do endemoniamento das personagens de Frans Hals e da nudez grega de Louis David. Trata-se de profanar o corpo, a sua beleza, revelando em primeiro término as suas partes secretas, criando-se um círculo infernal do horror e da atracção. Não existe imagem do corpo sem a imaginação da sua abertura.
O espectáculo evoca o universo negro dos contos infantis e o cinema gore, num peep - show pictórico alimentado por duas figuras que se revestem do endemoniamento das personagens de Frans Hals e da nudez grega de Louis David. Trata-se de profanar o corpo, a sua beleza, revelando em primeiro término as suas partes secretas, criando-se um círculo infernal do horror e da atracção. Não existe imagem do corpo sem a imaginação da sua abertura.
CRÍTICAS
“É
um espectáculo - como sempre em John Romão - erótico, herético e
inquietador. Agonia e interpelação. É belo e horrível. (…) O
espectáculo EU NÃO SOU BONITA. EU SOU O PORCO. tem uma estruturação
preciosa: John Romão é um encenador-estruturalista. E semiológico:
veja-se o intróito que dá o «tom» à lógica formal do trabalho.
Com Cristo em fundo, a Humanidade procede, centrada no sexo, à
humilhação e abominação dos mais fracos: crianças, negros,
distraídos. A criação plástica junta-se à crítica aos filósofos
(Kant) e a performatividade mostra-se para se demolir. John Romão e
Solange Freitas dão o corpo ao manifesto. Viva o John Romão, o
Belo!” Eugénia Vasques (21/12/2012)
“John
Romão montou um circo de horrores, uma espécie de fábula
simbolista erguida a partir das entranhas, que interroga para
compreender mas de nenhuma maneira para perdoar. Entre uma cornucópia
iconográfica repleta de alusões ao cinema de terror mais
sanguinário, à banda desenhada, à pintura de Giya e de Louis
David; nas trevas ou iluminados por crucifixos talhados em néon, de
qualquer maneira banhados pelo exemplar desenho de luz de Daniel Worm
d'Assumpção e envolvidos pela música de Daniel Romero, os corpos
do encenador e de Solange Freitas são agredidos e agressores, puros
e corruptos, vítimas e violadores cercados por córdigos, regras,
conveniências, imposições. Corpos que, confrontados com a
frustração do desejo e a realidade da violência, reagem, actuam,
esventram ideias feitas, acentuam esterótipos prontos a implodir.”
Rui Monteiro (**** Time Out Lisboa, 26/12/2012)